Gastronomia

 

A bem conhecida gastronomia minhota está bem representada em Barcelos através de variadíssimas tasquinhas e restaurantes de cozinha tradicional minhota, que se espalham pela cidade e concelho e que celebrizam pratos famosos como os rojões e o sarrabulho à moda de Barcelos. Mas não só, o bife na pedra, o bacalhau e polvo assado na brasa e a vitela assada também fazem as delícias dos apreciadores.
Os vinhos verdes típicos da região têm neste concelho uma produção significativa, de tal forma que dão nome a várias marcas.

 

Rojões à Moda do Minho


Ingredientes:
Para 4 pessoas

  • 800 g de perna de porco sem pele, mas com gordura ;
  • 3,5 dl de vinho verde branco ;
  • 3 colheres de sopa de banha ;
  • 4 dentes de alho ;
  • 2 folhas de louro ;
  • 1 colher de sobremesa de colorau ;
  • sal e pimenta ;
  • 20 castanhas assadas ;
  • 350 g de belouras ou bolachos;
  • 350 g de tripa enfarinhada 
  • 100 g de fígado de porco ;                              
  • 100 g sangue cozido 

Confecção:

Corta-se a carne de porco em cubos com cerca de 10 cm de lado, que se põem a marinar durante duas horas com o vinho, os dentes de alho esmagados, sal, pimenta e o louro.
Leva-se ao lume (de preferência num tacho de ferro) e deixa-se cozer em lume forte até o vinho se evaporar. Junta-se então a banha e, em lume brando, deixam-se cozer os rojões até alourarem bem. Nessa altura junta-se ao molho o colorau dissolvido num pouco de vinho verde.
Retira-se então um pouco da gordura de cozer os rojões para um sertã e fritam-se, a pouco e pouco, a tripa enfarinhada (ver a seguir) cortada aos bocados de 3 cm a 5 cm, as belouras cortadas em rodelas com 0,5 cm de espessura e o fígado e o sangue cortados em fatias.
À medida que estes ingredientes se vão fritando, juntam-se aos rojões, para manter tudo quente. Juntam-se também as castanhas assadas, depois de descascadas.
Servem-se numa travessa com batatinhas louras e enfeitados com rodelas de limão e raminhos de salsa

               

   Arroz Pica no Chão      

 

Ingredientes:

  • 1 Galo caseiro
  • 0,5 dl de azeite
  • 3 Colheres (sopa) de vinagre
  • 1 Cebola grande
  • 2 Dentes de alho
  • 100 gr de toucinho
  • 1 Folha de louro
  • 1 Malagueta
  • 1 Tigela de arroz
  • Sal q.b.

Preparação:

Aproveite o sangue da galo, deitando-o numa tigela com três colheres de sopa de vinagre e mecha para que não coalhe (como alternativa ao sangue do galo consulte o seu talho, lá poderá encontrar pacotes já embalados). Numa panela ponha a refogar no azeite, a cebola e os alhos picados. Junte-lhe a galo cortado aos bocados pequenos e os miúdos (excepto o fígado), o toucinho cortado, o louro e a malagueta cortada ao meio. Refogue tudo, tempere com sal e deixe estufar em lume brando. Cubra a carne com água quente, tape a panela e deixe cozer até a o galo ficar macia. Depois de cozido retire a galo e rectifique a água para que fique na proporção de 3/1 para a cozedura do arroz. Assim que levantar fervura junte o arroz. Três ou quatro minutos antes de ficar pronto junte o sangue, misture-o bem, junte também a carne e deixe apurar.

 

   Caldo verde 

 

 

Ingredientes:

  • 600 g de batatas 
  • 4 Rodelas de chouriço de carne ou salpicão
  • 200 g de couve galega cortada em caldo-verde
  • 1 Cebola
  • 2 Dentes de alho
  • 1,5 dl de azeite
  • Sal q.b.
  • 2 Fatias de broa de milho

Preparação:

Descasque as batatas, a cebola e o alho e leve a cozer em 1,5 litros de água temperada com sal e metade da quantidade de azeite.
Entretanto lave a couve e corte-a em caldo-verde muito fino.
Quando as batatas estiverem cozidas, reduza a puré juntamente com a cebola e os alhos. Leve novamente ao lume e 10 minutos antes de servir, com o caldo a ferver em cachão, junte a couve bem escorrida.
Deixe cozer com o recipiente destapado até a couve deixar de saber a cru.
Rectifique o tempero e adicione o restante azeite.
Coloque uma rodela de chouriço de carne ou de salpicão em cada prato e regue com o caldo-verde.
Por fim corte as fatias de broa ao meio e distribua pelas pessoas

 

 

  Papas de Sarrabulho

 

 

 


Ingredientes:
Para 6 pessoas

  • 250 g de fígado de porco
  • 250 g de bofes de porco
  • 250 g de goelas de porco 
  • 250 g de coração de porco 
  • 1 osso da suã de porco, muito curado 
  • 250 g de galinha gorda 
  • 250 g de carne de vaca
  • 250 g de sangue de porco cozido 
  • 2 tigelas de farinha de milho peneirada (cerca de 250 g) 
  • sal e cominhos

Confecção:

Põe-se uma panela com água ao lume e, quando ferver, juntam-se as carnes, temperam-se com sal e deixam-se cozer até a galinha se desfazer.
Depois de cozidas, retiram-se as carnes e junta-se ao caldo a farinha para fazer uma papa não muito espessa, o sangue e um pouco de fígado cozido e esmagados à mão, as carnes previamente desfiadas e um pouco de cominhos.
Mistura-se tudo e deixa-se cozer.
Servem-se as papas em tigelas, polvilhadas com mais cominhos.
As quantidades de farinha e das carnes são facultativas, mas é imprescindível, para umas boas papas de sarrabulho, que levem todos estes ingredientes.



 

SOBREMESAS  BEM DOCES

                                                                   LEITE CREME 

 

 

 

 

        

1 litro de leite

150 gramas Açúcar

60 gramas Farinha

1 casca de limão

1 pau de canela 

 3 a 4 gemas de ovo

 

Coloque o leite a ferver com a casca de limão e o pau de canela.
Misture bem o açúcar com a farinha e adicione progressivamente ao leite quente.
Deixe ferver durante alguns minutos, mexendo sempre, até adquirir uma consistência menos líquida.
Junte umas colheres deste creme às gemas de ovo mexidas e depois adicione-as lentamente ao creme, mexendo sempre.
Retire o pau de canela e a casca de limão e coloque numa taça ou em taças individuais.
Polvilhe com açúcar e queime com um ferro quente.
Se preferir pode polvilhar apenas com canela.
Deixe arrefecer bem no frigorífico.

          

                  

 

  PUDIM CASEIRO

 

Ingredientes:

·         6 Ovos

·         300 Gr de açúcar

·         1/2 L de leite

·         1 Casca de laranja

·         Açúcar q.b.


Preparação:

Ferva o leite com a casca de laranja.
Deite os ovos numa tigela, junte-lhes o açúcar e misture bem, sem bater. Adicione o leite já morno.
Numa panela ponha o açúcar para fazer ponto caramelo.
Deite o preparado numa forma de pudim caramelizada.
Leve ao forno para cozer, em banho-maria. Estará cozido quando espetar um palito, e este saia seco.
Depois de cozido retire-o do forno e deixe-o arrefecer totalmente antes de o desenformar.

                             

 

 

                                       ECLERES

 MUITO  CONHECIDOS,E GOSTOSOS!!!!!!!!!!

 

Ingredientes:

 

  • 500 grs de água
  • 200 grs de margarina ou óleo vegetal
  • sal q.b.
  • 400 grs de farinha s/fermento
  • 8 ou 9 ovos

 

Confecção:

Leve a água ao lme com a gordura e deixe ferver até esta derreter completamente (no caso de fazer c/margarina). junte a farinha e com uma colher de pau mexa energicamente até formar uma bola.
Retire do lume, junte dois ovos e mexa até estes estarem bem ligados na massa, vá juntando os restantes um a um mexendo sempre, para que a massa não ganhe grumos.
TENDEDURA: Tender com saco pasteleiro e boquilha em tabuleiro pouco untado.
COZEDURA: Cozer á temperatura de 240º cerca de 20 minutos.
ATENÇÃO: Não abrir a porta do forno durante a cozedura se não baixam e não voltam a subir.
(PARA CONFECCIONAR: RINS, ECLERES, DUCHESES, PROFITEROLES CAVAQUINHAS ETC..)
NOTA: Esta receita também serve para fazer sonhos, fritar em óleo bem quente, passar por açúcar e canela, ou numa calda (ponto de cabelo) aromatizada com limão ou Porto.

PARA recheio:

 

  • 500 grs ( água + leite) 1/2--1/2
  • 150 grs de açúcar
  • 75 grs de farinha s/fermento
  • 2 gemas
  • 2 ovos
  • limão ou baunilha q.b.
  • 1 noz de manteiga

Confecção:

Juntar muito bem a seco açúcar e farinha juntar os ovos e as gemas mexer bem.
Levar o leite e água ao lume com a noz de manteiga e aroma deixar ferver, juntar á mistura mexendo sempre, leve ao lume mexendo sempre com umas varinhas para não queimar o fundo.
Quando começar a borbulhar (ferver) retire do lume e coloque num recepiente para arrefecer.

 

 

 

DOCES DE ROMARIA

Ingredientes:

*       500 gr açúcar

*       500 gr farinha

*       6 gemas + 2 ovos inteiros

*       Açúcar em ponto q.b.

Modo de preparação:

Bate-se muito bem o açúcar com as gemas e os ovos inteiros até que este fique esbranquiçado. Simultaneamente vai juntando a farinha aos bocados até a massa engrossar. Pronta a massa, fazem-se uns bolos redondos e achatados e levam-se ao forno para cozer em lume brando num tabuleiro untado com manteiga e polvilhado com farinha.

Prontos os bolos, e depois de frios, são barrados com açúcar em ponto. Deixam-se em descanso para secar novamente, o que ao fim de algum tempo lhe confere a cor branca tão característica deste doce.

 

 Rabanadas Minhotas

Também conhecidas por fatias douradas, é mais um doce tradicional da época natalícia minhota, sendo muito popular por toda a região. Esta é então mais uma das receitas tradicionais que conhece muitas variações, sendo costume prepará-las com mel em Barcelos.

 Ingredientes: açúcar, pão de forma, canela em pau, leite, óleo, sal, ovos

Dicas para a confecção:

 Corte fatias de pão, tipo cacete e embeba-as muito bem em leite que deve ser fervido antecipadamente, com um pau de canela e uma pitada de sal, bata umas gemas de ovo com as claras, passe as fatias já embebidas no leite pelas gemas e frite-as em óleo bem quente. Depois, mergulhe-as numa clada feita com 1 quilo de açúcar levado a ponto de pérola, disponha-as depois de bem passadas pela calda de açúcar, numa travessa e regue-as com a calda que sobrou.

 

 

 

 

 

 

 

                                                                           VINHOS DA REGIÂO

 

Barcelos inserida na região dos vinhos verdes.

 

O Concelho de Barcelos é um dos maiores produtores de vinho verde da região demarcada e, não raras vezes, vê os seus vinhos locais premiados em certames internacionais.

 O vinho verde é um dos mais fascinantes vinhos portugueses, reconhecido em Portugal e no mundo, contando com vários séculos de história, da qual esta exposição apresenta um breve apontamento.

A região demarcada dos Vinhos Verdes coincide com o Minho e é a maior região demarcada de vinhos de Portugal.

Em Barcelos, é nas margens do Cávado e na verdejante paisagem do coração do concelho, que nasce o vinho verde, fruto de saberes ancestrais e dotrabalho árduo das suas gentes.

A originalidade dos “verdes” deste concelho é o resultado das características do solo, do clima, de factores sócio-económicos, das peculiaridades das castas regionais e das formas de cultivo da vinha. Barcelos está, certamente, favorecido pelo micro-clima existente naregião em que se insere, em particular na parte central do concelho, por onde passa o rio Cávado, favorecendo a produção deste vinho, que associado ao tratamento e dedicação fornecida nas fases da sua produção culmina num vinho de raras qualidades.

 

 

 

HISTÓRIA

Foi no Noroeste, no coração mais povoado de Portugal desde os tempos asturo-leoneses,
que a densa população cedo se espalhou pelas leiras de uma terra muito retalhada.

A partir do século XII existem já muitas referências à cultura da vinha cujo incremento partiu da iniciativa das corporações religiosas a par da contribuição decisiva da Coroa.

A viticultura terá permanecido incipiente até aos séculos XII-XIII, altura em que o vinho
entrou definitivamente nos hábitos das populações do Entre-Douro-e-Minho. A própria expansão demográfica e económica, a intensificação da mercantilização da agricultura e a crescente circulação de moeda, fizeram do vinho uma importante e indispensável fonte de rendimento.

Embora a sua exportação fosse ainda muito limitada, a história revela-nos, no entanto,
que terão sido os «Vinhos Verdes» os primeiros vinhos portugueses conhecidos nos mercados europeus (Inglaterra, Flandres e Alemanha), principalmente os da região de Monção e da Ribeira de Lima.

No século XIX, as reformas institucionais, abrindo caminho a uma maior liberdade comercial,
a par da revolução dos transportes e comunicações, irão alterar, definitivamente, o quadro da viticultura regional.

A orientação para a qualidade e a regulamentação da produção e comércio do «Vinho Verde» surgiriam no início do século XX, tendo a Carta de Lei de 18 de Setembro de 1908 e o Decreto de 1 de Outubro do mesmo ano, demarcado pela primeira vez a «Região dos Vinhos Verdes».

Questões de ordem cultural, tipos de vinho, encepamentos e modos de condução das vinhas obrigariam à divisão da Região Demarcada em seis sub-regiões: Monção, Lima, Basto, Braga, Amarante e Penafiel.

No entanto, o texto da Carta de Lei de 1908 apenas é regulamentado no ano de 1926
através do Decreto n.º 12.866, o qual veio estabelecer o regulamento da produção e comércio do «Vinho Verde», consagrando o estatuto próprio da «Região Demarcada, definindo os seus limites geográficos, caracterizando os seus vinhos, e criando a «Comissão de Viticultura da Região dos Vinhos Verdes» instituída para o pôr em execução. Posteriormente, em 1929, o referido regulamento viria a ser objecto de reajustamento através do Decreto n.º 16.684.

Motivo de grande significado à escala mundial, foi a aceitação do relatório de reivindicação
da Denominação de Origem «Vinho Verde», apresentado ao OIV - Office International de la Vigne et du Vin -, em Paris (1949), e posteriormente, o reconhecimento do registo
internacional desta Denominação de Origem pela OMPI - Organização Mundial
da Propriedade Intelectual, em Genebra (1973).

O reconhecimento da Denominação de Origem veio assim conferir, à luz do direito internacional, a exclusividade do uso da designação «Vinho Verde» a um vinho com características únicas, devidas essencialmente ao meio geográfico, tendo em conta os factores naturais e humanos que estão na sua origem.

Em 1959, o Decreto n.º 42.590, de 16 de Outubro, cria o selo de garantia como medida de salvaguarda da origem e qualidade do «Vinho Verde», e o Decreto n.º 43.067, de 12 de julho de 1960, publica o respectivo regulamento.

Outro marco de extraordinária importância, foi o reconhecimento de um estatuto próprio para as aguardentes vínicas e bagaceiras produzidas nesta Região Demarcada
(Decreto-Lei 39/84 de 2 de Fevereiro), o que viria contribuir para a diversificação de produtos vínicos de qualidade produzidos nesta Região.

Como consequência da entrada de Portugal na Comunidade Europeia, é promulgada, em 1985, a Lei-Quadro das Regiões Demarcadas, que determinaria a reformulação da estrutura orgânica da Comissão de Viticultura da Região dos Vinhos Verdes.

Finalmente, em 1992, é aprovado o novo estatuto...

 

Produtores de vinhos de Barcelos

Adega Cooperativa de Barcelos está instalada no coração da região dos vinhos verdes, em Portugal. Actualmente, conta com 600 viticultores associados, que cultivam uma área de 500 hectares. As castas brancas dominantes são a Loureiro, Trajadura e Perdenã. Já nos tintos, as uvas mais utilizadas são o Vinhão e o Borraçal.

 Os técnicos da empresa utilizam técnicas modernas de vinificação e fazem questão de acompanhar de perto o trabalho dos sócios.

 

Características dos vinhos verdes produzidos

VINHO VERDE - Este tipo de vinho tem baixa maturação e na sua primeira fermentação é logo engarrafado. Os vinhos verdes produzidos antigamente apresentavam uma graduação alcoólica baixa, por volta dos 9%, mas hoje em dia já existem rótulos com 12,5% de álcool.

 

 

Outros produtores:

Vinhos Campelo.

Quinta do Tamariz

Quinta Paços Sociedade Agrícola Lda.

Sociedade vinícola Lda. JFS 

A Sociedade Agrícola da Quinta Santa Maria SA, localizada em Barcelos, engloba no seu projecto a Quinta de Santa Maria e a Quinta do Tamariz e dedica-se à produção de Vinhos Verdes de Qualidade.